Malta!
O comboio e' um STATUS, nao me venham com historias!
Silencioso, carruagens asseadissimas, caminhas boas e confortaveis (a Su ate estava toda contente porque podia por-se de barriga pra baixo. De brucos, como dizem os alentejanitos!), edredons super quentes, fofos e de um branco imaculado (ate transpiramos!) a casa de banho sempre com papel (o cheirete e' que, pronto, nao ha milagres. Mas o Saritao diz do alto dos seus 3 inter-rails que e' mesmo assim e que nao ha nada a fazer com o cheiro... E' tipo wc de aviao e pronto.)... nada a dizer, justificadissimos os cento e poucos euros. Adoramos a viagem e estamos ansiosos pelo regresso.
Obviamente, a coisa nao passou sem aventura:
'As 4h da manha... nada, nem um ruido, nem um movimento; o comboio tinha parado. Eu e miss Sarita, dormindo e ressonando - diz a Su, sem certezas quanto 'a fonte do ronco. (Era a Sara, claro.) Ja o Joanete... pumba, cabecita no ar, aflito, ja' a pensar em que e' que havia de agarrar primeiro caso estivessemos a ser assaltados pelos piratas dos carris! A Su, de princesa que e', ainda nem sequer tinha pregado olho, nem de brucos, nem de costas, nem de cocoras, nem de maneira nenhuma, coitadita. Poem-se os dois pombinhos cochichando, cheios de medo, questionando-se o que estaria a acontecer e ja prevendo o pior, pois claro. Com o cochicho, acorda a Sara que diz numa voz rouca de quem acabou de mandar um ronquito: "Misters, tranquilos; durmam que ja' vos passa o medo", mas, ora, ta' bem, ta'...
Sei dizer que, com a palhacada toda e os risos de nervos, tive que ir ao xixo' a meio da noite, que nao queria nada - tinha-me preparado toda para nao ter que usar aquela sanita, mas uma coisa e' dormir que nem uma santa a noite toda e conseguir nao ir; outra e' acordar, estar acordada e a pensar no assunto e, ainda por cima, ver a Su ir faze-lo, devidamente escoltada pelo seu maridao, nao fosse algo acontecer naqueles dois metros ate' ao fundo do corredor!
Ainda estivemos ali num misto entre auto-convencimento de que tudo aquilo era normal e preparacao mental para ter que sair a meio da noite do comboio de pijama ate' 'as 4h25, hora a que o comboio recomecou a andar. Depois de ter dado passagem a outros dois para poder enfiar pelo carril certo ate' SAO PETERSBURGO, ONDE CHEGAMOS PONTUALMENTE 'AS 8H DA MANHA...
.
O comboio e' um STATUS, nao me venham com historias!
Silencioso, carruagens asseadissimas, caminhas boas e confortaveis (a Su ate estava toda contente porque podia por-se de barriga pra baixo. De brucos, como dizem os alentejanitos!), edredons super quentes, fofos e de um branco imaculado (ate transpiramos!) a casa de banho sempre com papel (o cheirete e' que, pronto, nao ha milagres. Mas o Saritao diz do alto dos seus 3 inter-rails que e' mesmo assim e que nao ha nada a fazer com o cheiro... E' tipo wc de aviao e pronto.)... nada a dizer, justificadissimos os cento e poucos euros. Adoramos a viagem e estamos ansiosos pelo regresso.
Obviamente, a coisa nao passou sem aventura:
'As 4h da manha... nada, nem um ruido, nem um movimento; o comboio tinha parado. Eu e miss Sarita, dormindo e ressonando - diz a Su, sem certezas quanto 'a fonte do ronco. (Era a Sara, claro.) Ja o Joanete... pumba, cabecita no ar, aflito, ja' a pensar em que e' que havia de agarrar primeiro caso estivessemos a ser assaltados pelos piratas dos carris! A Su, de princesa que e', ainda nem sequer tinha pregado olho, nem de brucos, nem de costas, nem de cocoras, nem de maneira nenhuma, coitadita. Poem-se os dois pombinhos cochichando, cheios de medo, questionando-se o que estaria a acontecer e ja prevendo o pior, pois claro. Com o cochicho, acorda a Sara que diz numa voz rouca de quem acabou de mandar um ronquito: "Misters, tranquilos; durmam que ja' vos passa o medo", mas, ora, ta' bem, ta'...
Sei dizer que, com a palhacada toda e os risos de nervos, tive que ir ao xixo' a meio da noite, que nao queria nada - tinha-me preparado toda para nao ter que usar aquela sanita, mas uma coisa e' dormir que nem uma santa a noite toda e conseguir nao ir; outra e' acordar, estar acordada e a pensar no assunto e, ainda por cima, ver a Su ir faze-lo, devidamente escoltada pelo seu maridao, nao fosse algo acontecer naqueles dois metros ate' ao fundo do corredor!
Ainda estivemos ali num misto entre auto-convencimento de que tudo aquilo era normal e preparacao mental para ter que sair a meio da noite do comboio de pijama ate' 'as 4h25, hora a que o comboio recomecou a andar. Depois de ter dado passagem a outros dois para poder enfiar pelo carril certo ate' SAO PETERSBURGO, ONDE CHEGAMOS PONTUALMENTE 'AS 8H DA MANHA...
.
2 comentários:
RONQUITO?
Moi? Naaaa ...
Mas o russo que dormia paredes meias com o nosso quartito e que estava a dormir "colado" a mim (salvo, seja) esse sim, mandou uns bons roncos durante a noite!
... essa foi, de facto, uma noite em branco. Ou melhor, uma noite branca... como Dosto bem abordou, noutro contexto, claro está,:):)
Pipoca, imagina que ias escrever um livro com o Dosto. Já que estás em SP, avança com um primeiro capítulo para essa hipótese de livro sobre uma intriga da Limpinhoska e do grupo em terras do czar. Como é que começarias?
Ainda ao som de roncos, os soluços mansos da cobra de ferro engasgaram-se. De um salto, esfumaram-se os sonhos de princesas com pés de algodão, feitos de neve, e de príncipe das estepes.
De repente, os olhos de todos cruzaram-se e as perguntas atropelavam-se num desfiladeiro de medo, ânsia e apreensão: é aqui que saímos? Mas não era suposto haver nenhuma estação intermédia no percurso? E isto não é a cidade para onde íamos!
Do lado de fora, a antureza continuava a respirar, soltando bafos quentes mas tímidos, no meio da solidão nocturna. Uma alcateia de luzes indefinidas pontilhava a suposta linha do horizonte. Mais perto, nada parecia ter contornos certos. Olharam para fora e o que viram intrigou-os.
... agora, continua tu:)
Enviar um comentário